terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Finanças Pessoais: Evidências para 2010 .

Com as boas perspectivas da economia brasileira para o ano de 2010 – crescimento de 5%, inflação controlada e mercado de capitais atraindo a atenção de investidores brasileiros –, surge a pergunta: como estarão as finanças das famílias? Existem, no mínimo, seis evidências de que estarão desequilibradas.

Em primeiro lugar, as pesquisas mostram que os consumidores casados lideraram a inadimplência entre os usuários de cheque no Brasil, o que compromete a capacidade de compra das famílias até para atender às necessidades básicas, como alimentação e vestuário.

Em segundo lugar, um estudo da Universidade de Wisconsin com cem famílias, ao analisar os quase 800 casos de conflitos conjugais, concluiu que o dinheiro não foi a fonte mais frequente das brigas em casa. Ficou em sexto lugar, atrás de filhos (38% do total), responsabilidades domésticas (24%), diferentes estilos de comunicação (22%), atividades relacionadas com lazer (21%) e trabalho (20%). Entretanto, o dinheiro foi o conflito mais problemático, recorrente e que ficou sem ter sido resolvido. Sem dúvida, o mesmo deve estar acontecendo no Brasil.

Em terceiro lugar, o volume de crédito, que já passou dos 40% do PIB, deve atingir os 60% no ano de 2010, despejando muito dinheiro caro. Na realidade, existe cada vez mais interesse dos bancos em ofertar crédito aos gêneros de primeira necessidade (como os de supermercados) do que aos tradicionais segmentos relacionados ao consumo por impulso (como eletrodomésticos). Esses segmentos já contam, inclusive, com o incentivo do próprio governo através da redução de tributos.

Em quarto lugar, os números dos cartões de plástico (débito, crédito e cartões de rede de loja) são surpreendentes. Segundo dados da Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços, é possível estimar que, até o final de 2009, a barreira dos 600 milhões de cartões será ultrapassada. Isso significa três cartões de plástico para cada cidadão.

Em quinto lugar, uma recente pesquisa da Associação de Executivos de Finanças mostrou que o 13º salário já está incorporado no orçamento doméstico dos 70 milhões de brasileiros (trabalhadores, aposentados e pensionistas). Quando ele chega, já está comprometido com contas atrasadas. Somente 1% dos brasileiros usa o montante para poupança e investimento.

Em último lugar, o brasileiro não percebe a importância de poupar e construir conhecimento sobre o dinheiro. Ao perguntar para qualquer cidadão se ele sabe lidar com o dinheiro, a resposta automática é “sim”. Mas, quando se questiona se ele consegue ficar sempre com dinheiro, “não” é a resposta. Como é possível alguém saber lidar com o dinheiro, se nunca consegue ficar com ele?

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